E o inverno chegou. Agora na estação, porque sinto (guardadas as devidas
proporções), como se os meus primeiros meses deste ano tenham sido de um longo
e tenebroso inverno.
Particularmente, outono e inverno são duas estações que não me agradam muito.
Sou solar, nascida sob o signo de Sagitário, do elemento fogo, então, não me
adapto facilmente aos dias cinzas e frios, ao vento e às folhas secas. É
verdade que o inverno traz consigo um certo glamour e alguns aspectos
interessantes, como as roupas elegantes, noites românticas regadas a vinho e boa
comida, dormir junto de "conchinha" e o prazer de ficar em casa, só
curtindo o aconchego do lar, junto às pessoas que amamos.
Mas ainda assim eu prefiro o calor e o sol, a vontade de sair de casa, as
tardes quentes e o céu claro do verão. Então, não bastasse o meu estado
emocional um tanto instável, o clima também não tem ajudado muito.
Os últimos dias foram sem graça, de uma rotina entediante e nada produtiva.
Continuo presa ao círculo vicioso de frustração, baixa auto-estima e sentimento
de estar perdendo o meu tempo com algo que não me levará a lugar algum.
Felizmente, em casa as coisas vão muito bem. Estou cada vez mais apaixonada
pela minha família, meu filho e meu marido; construindo um lar feliz, curtindo
ao máximo os momentos em que estamos juntos. É claro que a minha frustrante
situação profissional acaba afetando um pouco minha relação conjugal. Às vezes
não consigo simplesmente deixar os problemas do lado de fora; eles vão comigo a
todos os lugares, até na hora em que vou dormir! Sei que é errado, mas meu
botão on-off está com defeito.
Também estou meio carente de afeto dos meus pais e irmãos, porque me sinto
cada vez mais distante deles, embora nos falemos diariamente por telefone. Sei
que tenho a minha parcela de culpa nesta situação, mas é difícil evitar a
sensação de exclusão e afastamento, como se eles não sentissem a minha falta
pra nada em suas vidas, das grandes decisões às coisas mais simples, como ajudar a fazer um orçamento, por exemplo. É, parece que a insegurança anda dominando a minha
vida mesmo...
Momentos da Festa Junina |
Apesar de tudo, vivenciei alguns momentos de grande alegria, como a festa junina na
escola do meu filho. Foi a primeira vez que ele se apresentou em público,
dançando com os colegas. Nós, pais e mães (acompanhados por avós, tias e todo
mundo da família), claro, ficamos na
primeira fila, babando, como se nossos filhos fossem artistas de Hollywood, enquanto as crianças
realizavam uma coreografia toda atrapalhada, afinal, estamos falando de bebês
com dois anos de idade apenas. De qualquer forma, foi uma experiência super
emocionante e me senti a mais feliz das mulheres, vendo meu pequeno todo
esperto em cima do palco.
Um outro momento feliz foi a ligação de uma pessoa muito querida, a quem
admiro imensamente e com quem compartilhei minha agruras. O resultado da
conversa foi um up no meu astral e a
descoberta de uma forma diferente de enxergar as coisas. Nada melhor do que
ouvir o conselho de quem já passou por experiências ruins e sobreviveu, sem
abrir mão de seus valores e de sua dignidade.
Agora, enquanto escrevo estas palavras, ouço Viva la Vida, de uma de minhas bandas preferidas, Cold
Play. Esta música desperta em meu coração uma vontade enorme de
esquecer os problemas e ir à luta para ser feliz. Os acordes soam como um canto
de libertação, e, fazendo jus ao título, uma reverência ao que temos de mais
precioso: a VIDA.
Neste momento, sinto que nem mesmo os dias frios de
inverno conseguirão tirar de mim essa alegria. É pra frente que se anda...
sempre!